O NOVO MILÊNIO É PURO DIVAGAR - III

III

Uma mudança de estado era fragante...
Todavia as flores olorosas não passasse de uma construção. Eu aceitava todos os estados apresentados ao espírito em dúvida...
Notem bem: não estou certo do que via, tampouco do que sentia, mas eu enxergava e percebia...
Isto era nítido!
Foi-nos introduzida uma hora X, um dia Y, num ano Z, o pão e o queijo, tim-tim por tim-tim, vis-à-vis, o busílis de Campanella, e muitos outros factos que, interligados, posteriores aos seus reflexos no passado, no futuro e na feira, para todo o sempre, até o dia em que o Big bang!
Vivia neste momento o paradoxo do vir-a-ser, mas como se fora o amanhã, ou depois de amanhã, sempre no alvorecer do por vir, eis clarecer o que sempre nem foi, nem virá a ser, daqui a milanos...
Mas isto não satisfazia meus olhos inquietos, aí eu procurei mais...
Estava à minha disposição, isto é, desde que eu tivesse as ferramentas certas para desaparafusar aquela engrenagem saducéia e de me despojar de tantas falhas técnicas afeitas ao meu egoburro.
Não havia uma única solamente nuvem forever...
More...
Moore ouve...
Moroso...
Moscoso...
Mais ovo...
Mas louvo...
Tudo novo...
De novo.
A sinfonia estampada naquela fímbria energumenamente engalanada na corrente ascendente dos corcéis das plumas que escancaravam as ditas efemérides rosas que brilhavam plúmbes naquelas tardes aflitas de domingo servil.
Só sei que antes do processo todo iniciado era impossível retroceder apenas...
Não, não, era de conformar, mas eu não me conformo...
Na noite, claro!
Sempre noite, claro, mas que não havia uma única solamente nuvem an' ever an' ever, ah! Isso não havia mesmo!
Pude constatar com toda a agonia do meu coração sonhador...
Tantas e tantas páginas púberes poderiam ser escritas nas pedras, a cinzel e tudo, que não se apagariam, mesmo que terremotos e dilúvios intermináveis de quarentena dias e outras tantas noites chacoalhassem a superfície terrestre...
"Agora vamos acrescentar uma historinha"...
"Não há necessidade disso"...
"Como não?!"
Nunca houve, e nunca haverá, por mais que teóricos de terno e gravata insistam em estudar todos os livros escritos no universo, não há...
Esta é a conclusão a que chegamos.
"Mas então vamos começar uma historinha"...
Digamos assim: apôs a insônia de toda uma madrugada insone, a nave retornara à tridimensionalidade terrestre arrastando socorros humanos desesperados, contanto, muitos, ainda nem tivessem despertado direito...
E nem deveriam!...
Ou jamais o fariam...
Era tudo uma questão de falha física...
Moral.
Quase a fatalidade daquelas pessoas abrigadas à margem daquela cidadezinha comezinha insignificantezinha sequer desconfiavam da presença dela...
E, no entanto, a nave veio...
Retornou ao seu âmago hospitalário, se assim podemos nos exprimir acho que sim porque não.
Mas o silêncio e a chuva e o frio fora de hora na pacata Petrópolis de tantos vales e passarinhos e nobres de casaca e culote, muito livres e cantantes, repeliam as massas desejosas de aventuras no verão nublado...
Só em pensar que em muitas praias desse imenso litoral generoso tantas peles ardentes, bronzeadas, sensuais, exibiam sua periculosidade sexual aos olhos dos ávidos caçadores de cabeças, encantadoras de serpentes, isso tudo me enchia de uma emoção tão ímpar, um desejo oligoceno, calcado no binômio beleza e mar, que, assim, meu coração mal podia exprimir, porquanto na minha época de desbravar os sertões, eu não passasse de um inocente babão onanista, sem um pingo da malícia necessária, somente a necessária, para apagar o fogo de todas as cobras que se enroscam nas árvores gelatinosas do verão, além do espírito de aventura disposto a arriscar o pescoço por um assentimento em terras além mar, o que, cá entre nós, é maravilhosamente gostoso, cujas possibilidades de rejeição apavoravam mais que os perigos reais, quando um jovem tem de lançar-se nas delícias do desejo e das descobertas que só ocorrem com os tropeços da adolescência imbecil sem caroço.
Achei que é isso...
Ou pelo menos fosse.
Comecemos outra quadrilha...

Comentários