A
árvore de natal acesa, brilhando as bolas e enfeites de papai Noel. Cartões de
felicitações empilhados, os sentimentos e a emoção refletidos nas bolas que
pendem dos galhos de plástico. Tudo fantasia. A vida industrializada:
existência de plástico.
Papai Noel Papai Noel Papai Noel.
Ursinhos espantalhos, bolas e bolas. Vermelhas azuis amarelas e verdes. Há um
sino enfeitado e as luzes piscando, piscando; piscando, piscando; piscando,
piscando. Por todo lado há papais noéis diminutos, de trenós, entrando por
chaminés, sentado à porta de sua casa, enfim, papais noéis nas mais diferentes
situações.
A árvore de natal sorri com meu
encantamento. Há uma cesta aberta com um pano estampado pendurado na árvore
tamanho miniatura. Será que ela esconde um presente? Não sei que presentes me
aguardam no futuro não sei; não sei que destino é o meu, do mundo, só sei que
há bonecos de neve grudados nas velas de natal e, à medida que elas forem
consumidas estes também serão, pois o fogo a tudo devora sem perdão, sem
respeito a datas ou comemorações ufanas.
Tudo lembra o natal, exceto a
solidariedade que deveria pautá-lo, o espírito de natal. A Europa de natal. A
neve de natal. A colonização cultural. Sacis pererês pulando com uma perna só
por entre uma mesa carregada de frutas tropicais: abiu, sapoti, jamelão, caju,
carambola, seriguela, pati, umbu, graviola, cacau, muriti, bacaba, mamão, jaca,
goiaba e tudo o mais; linhas e linhas de um natal tupinizado. Uma árvore de
natal cheia de bem-te-vis cantando... Já imaginaram? Que sono gostoso a árvore
de natal me proporcionaria... Dormindo sob seus ramos enfeitados de amor...
Fitas e estrelinhas... Comida para rato... O quê?! Por quê?! Não sei, só sei
que é assim, nós na gravata, a carta do enforcado no taro, maionese e peru e
passas ao run sem fios de ovos por favor! Muita champagne, cerveja, vinho a
minutas e sortidas e variadas. Calabouços medievais. Cala a boca! Cala o bolso,
ó indústrias!
Aqui começa um novo parágrafo. Árvore de natal acesa,
enfeitada, encantada, iluminada, comovente. Eu gosto. Patrícia e Priscila, qual
das duas devo me casar, à noite, num bar? Decisão. Flamengo e Botafogo. Uma
coisa leva a outra. Olhos de serpente. Chega de choro. Chegou a hora da
verdade. Mais coisas virão por aí até o fim do milênio... Esperem pra ver
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