CENA - Comando Espacial
Naval Americano. 4:35 da manhã.
As máquinas captam...
Computadores replicam...
Mentes inteligentes, embora soberbas, interpretam e
preconceituam dados disponíveis como maldições de outros livros negros.
Em suma, os radares já detectaram a poderosa frota
alienígena.
- Objetos desconhecidos em grande número aproximando-se,
senhor - fala o operador, aflito, naquela madrugada movimentada.
Ele que havia
se extraviado alguns milissegundos de observação dos céus, posto que sua
parceira de labuta incinerasse sua libido numa demonstração de pura prática
primeva, daquela que um homem e uma mulher sempre estarão aptos, mesmo que o
mundo deixe de se tornar o mundo como vontade e representação.
O oficial encarregado aproxima-se.
- O que foi?
Mas a barba demonstrava uma postura de sonolência
irrestrita...
Nem mesmo um copo d’água desafogara aquele cheiro que se
desprendia de sua boca maldita...
Maldito era o hábito daquele homem...
Todo mundo sabia...
Inclusive seus
superiores...
Porém existe
uma inclinação nos seres humanos para acomodar alguns incômodos problemas insociais de uma maneira quase
insana...
Aquilo que se
sabia, como já dito, ia além das proporções consideradas normais de ingestão
alcoólica. Como fosse chefe hierárquico, naquela seção, naquele momento
oportuno, ou inoportuno, tudo depende de uma tênue situação relativística, ninguém
podia reclamar.
- Veja o senhor mesmo - fala o operador, inevitavelmente
virando o rosto na direção oposta a de seu superior baforante.
- Meu Deus! O que é isso?!...
Não lhe adiantaram nenhum de seus cuidados sociais...
As travas sociológicas arriaram os quatro pneus diante do
pavor de um mito antigo e cinéfilo...
O de que um dia, fatalmente, isto fosse ocorrer...
- Parece uma esquadrilha, senhor. Este se mostrava
timorato em extrema contenção, malgrado a ocorrência fenomênica levasse por
terra todas as restrições de ordem moral.
- Talvez uma frota de invasão! Avisem o NORAD...
E o bafejo alcoólico retumbou naquela sala lacrada
impávida...
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